Texto Bíblico: Mateus 16:13-16
Quando leio este texto, lembro-me de algumas situações que passamos no nosso aprendizado secular. Numa destas ocasiões, eu tinha que pesquisar sobre um determinado tema numa disciplina de Direito. Lembro-me que fiz uma extensa pesquisa, selecionando vários doutrinadores e a posição de cada um com referência ao tema. Assim, juntei vários conceitos e diversas opiniões querendo impressionar e demonstrar que havia estudado. No momento da apresentação citei os vários conceitos e opiniões dos mestres e depois de dez minutos terminei minha exposição. O professor olhou para mim e falou o seguinte: “Muito bom. Você fez uma boa pesquisa e conseguiu apresentar as diferentes opiniões sobre o assunto dos diferentes mestres. Agora, gostaria de saber a sua opinião pessoal sobre o tema. O parecer dos outros você já apresentou, quero saber suas conclusões pessoais.” (Silêncio profundo... ????? E agora????).
No texto, Jesus perguntou para os seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho de Deus?” Por que Jesus questionou os discípulos? Por certo ele queria verificar se os discípulos estavam próximos do povo atentos a várias opiniões. Ouvir outras pessoas é importante. Jesus, no exercício de seu ministério, foi sensível aos problemas humanos. Conversou com Nicodemos, com a mulher samaritana, com o moço rico. Ele se mostrou receptivo às opiniões das pessoas. Os discípulos deveriam se espelhar no Mestre, trilhar o mesmo caminho.
Vejam que eles souberam responder: “E eles disseram: uns, João Batista, outros Elias, e outros, Jeremias ou um dos profetas”. Muito bem, na primeira parte da prova eles foram muito bem. Estavam antenados com a população. Então vem a segunda parte: “Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?”
Pronto. Eles ouviram várias opiniões. Agora estavam sendo cobrados num posicionamento particular. Era imprescindível um posicionamento diante do Cristo, o Filho de Deus, que de uma forma maravilhosa convivia com eles, ensinando-os, preparando-os para um ministério. Estes homens ouviam diariamente o Mestre. Necessário era que tivessem a plena convicção que ele era o Filho de Deus, o redentor prometido, a única esperança para a humanidade.
Portanto, a confissão de Pedro no verso 16 é tão importante. Trata-se da convicção de um discípulo atento às palavras, aos atos de Jesus, aos milagres, ao amor do Mestre pelos homens. Somente um coração sensível e atento à voz de Deus poderia fazer tal confissão. Vejam o verso 17.
No nosso viver diário, somos constantemente influenciados por opiniões em assuntos diversos. Na vida cristã não é diferente. Provavelmente as pressões são mais intensas. O mundo não mudou. Depois de vários séculos, muitos continuam achando que Jesus foi um grande profeta, um grande líder, um homem comum, um impostor. Vários livros, músicas, filmes, já foram compostos na tentativa de ridicularizar o Filho de Deus. Doutrinas heréticas existem desde a época de Paulo. Há relatos no livro escrito a Timóteo, aconselhando-o como agir com os que se afastam da doutrina cristã.
O questionamento de Cristo vale para os dias atuais. Ele nos faz pensar sobre a pessoa real de Cristo, sobre sua vida, seu sacrifício, seu amor. O conhecimento do Cristo Filho de Deus não deve ser apenas teórico ou composto de retalhos de opiniões, dissertações, teorias, etc., mas deve estar fundamentado na nossa experiência pessoal, na nossa conversão, fé, esperança. E assim, poderemos atender ao pedido de Pedro, na sua primeira carta: “Antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que pedir a razão da esperança que há em vós”. (I Pe. 3:15).
Marco Antônio
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