Texto Bíblico: João 8:12
“De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida”.
Quão importante é a luz! Ela conforta, aquece, guia, é uma fonte de segurança. A luz afasta as trevas, é essencial para a vida. O verso 4, capítulo 1 do evangelho de João, traz uma relação entre estes dois elementos – luz e vida. Discorrendo sobre Jesus, o evangelista registra o seguinte: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens”.
Jesus tipificado como a luz do mundo, veio ao mundo para repelir as trevas da ignorância e do pecado que dominam o coração do homem. Jesus é a luz verdadeira que “ilumina a todo o homem que vem ao mundo”. Entretanto, o homem preferiu as trevas, fechando os olhos para Jesus.
Neste raciocínio, a assimilação do conhecimento, é elucidação. Palavra que significa trazer luz, esclarecer, dilucidar. Na história da humanidade, tivemos um período denominado “Idade das Trevas”, caracterizada por um período onde o progresso cultural era extremamente vagaroso; raros eram os sinais de crescimento; o analfabetismo preponderava; as doenças dizimavam nações inteiras. O homem imerso em trevas estava entregue ao seu estado natural, lutando pela sua sobrevivência e para garantir os seus domínios a qualquer custo.
Em oposição a este período seguiu-se o “Iluminismo”, ou a “Idade das Luzes”. O conhecimento surgiu como um guia para a humanidade, tirando-a da caverna, onde imperava a escuridão e conduzindo-a até à fonte de luz. Os escritores da época empregaram estes termos “convencidos de que emergiam de séculos de obscurantismo e ignorância para uma nova era, iluminada pela razão, a ciência e o respeito à humanidade. As novas descobertas da ciência, a teoria da gravitação universal de Isaac Newton e o espírito de relativismo cultural fomentado pela exploração do mundo ainda não conhecido foram também importantes para a eclosão do Iluminismo.”
Mas esta não é a verdadeira luz. A “Idade das Luzes”, contrariamente ao que propunha, trouxe mais trevas para o coração do homem. Este embriagado pelo conhecimento, julga-se um deus. O agora é dono de sua história, escreve o seu destino. O Humanismo idolatra a criatura e nega o Criador. Neste cenário, abre-se espaço para o fenômeno da secularização, do qual o apóstolo Paulo nos exorta a repelir, quando escreve aos Romanos. Vejam o capítulo 12, versos 1 e 2 desta Carta: “... não vos conformeis com este século”.
A verdadeira luz é reconhecida para os que ansiosamente aguardam a salvação, para os desesperançados, para aqueles que cansaram de lutar em vão. Lucas registra o encontro entre Simeão e Jesus. Este homem, justo e temente a Deus, esperava a consolação de Israel. No encontro com Jesus, recebe o conforto, o calor que aquece o seu coração, a luz que invade seus olhos cansados, fazendo-o declamar um poema de louvor: “Porque os meus olhos já viram a tua salvação: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel”.
Meditem neste texto:
“O bebê que nasceu na manjedoura em Belém, o jovem que cresceu na carpintaria em Nazaré e o homem que morreu na cruz em Jerusalém é a luz do mundo. Jesus é o sol da justiça, a brilhante estrela da manhã e a luz do mundo. Ele é a luz que ilumina. O homem com toda a sua sabedoria está num berço de trevas. Mesmo bafejado (protegido ou encorajado) por refinada cultura e aspergido (respingar ou orvalhar) por intensa religiosidade ainda está cativo no império das trevas, prisioneiro do mais tosco obscurantismo espiritual. Mas Jesus veio para libertar o homem desse império de cegueira e de escuridão. Ele é a luz do mundo e quem o segue não anda em trevas, antes sua vida é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.”
Paulo na carta aos Colossenses declara: “Ele (o Pai) nos tirou do império das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor.” No reino do Filho predomina a maravilhosa luz citada por Pedro na sua primeira carta (I Pe. 2:9).
Que neste Natal a luz verdadeira de Cristo ofusque as iluminadas decorações das lojas, dos shoppings, das ruas e das árvores de Natal. Que a verdadeira luz apareça nas nossas obras, no nosso testemunho e na esperança e conforto que levamos ao próximo.
Que a luz de Cristo ilumine os nossos corações para que possamos trazer à memória e também colocar em prática as palavras de Tiago escritas não somente para os cristãos daquela época mas para todos que creem na Palavra de Deus como imutável, perfeita e atemporal (que independe de tempo).
“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”.
Marco Antônio
Textos em destaque retirados de:
LOPES, Hernandes Dias. Cada dia – Natal. Jesus, a luz do mundo