Texto Bíblico: Filipenses 2:8
“E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo,
sendo obediente até à morte, e morte de cruz”.
Os elementos da Comunhão nos lembram de sacrifício, de sujeição, de humilhação. O suco extraído da uva, lembrando o sangue de Cristo que deveria ser derramado. Para extrair-se o suco, é necessário esmagar a uva. O pão, simbolizando o corpo de Cristo que seria pendurado na cruz, advém do trigo, que é moído e transformado em pão que alimenta, revigora, que sustenta a vida. Jesus se entrega completamente em sacrifício:
“Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.
“Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”.
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”.
Humildade. Jesus lavando os pés dos discípulos; dando o exemplo:
“Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.
Em outro ensinamento dirigido aos seus discípulos Cristo condenando a vaidade e a hipocrisia dos fariseus que prezavam sobremaneira os primeiros lugares nas ceias; as primeiras cadeiras nas sinagogas; os elogios em praça pública e os títulos de doutores, destacou a importância da humildade:
“Porém o maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado”.
A confirmação desta verdade, encontramos no livro de Filipenses, onde o apóstolo Paulo destaca a humilhação de Cristo.
Humilhou-se a si mesmo;
Tomou a forma de servo;
Fez-se semelhante aos homens;
Morreu de forma vergonhosa numa cruz.
Vejam, porém a consequência maravilhosa da humildade e obediência de Cristo:
“Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus é o Senhor, para glória de Deus Pai”.
A humildade resulta em glorificação. Lembro-me de um poema da poetisa goiana, Cora Coralina, no qual ela enaltece um outro grão: o grão de milho, que embora não sendo tão importante como o trigo, ainda assim é importante, é frutífero e mostra disposição de servir, de se deixar moer para servir a muitos. A poetisa na sua grande sabedoria escreve então a “Oração do Milho”:
Senhor, nada valho.
Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres,
Meu grão, perdido por acaso,
Nasce e cresce na terra descuidada.
Ponho folhas e haste, e se me ajudardes, Senhor,
mesmo planta de acaso, solitária,
dou espigas e devolvo em muitos grãos o grão perdido inicial,
salvo por milagre, que a terra fecundou...”
Reflita: O sentimento de humildade presente em Cristo Jesus deve transparecer em nossas vidas, nas nossas ações para que possamos ser úteis e frutíferos, abandonando a vaidade e o egoísmo.
“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade;
cada um considere os outros superiores a si mesmo.
Não atente cada um para o que é propriamente seu,
mas cada qual também para o que é dos outros.” (Filipenses 2: 3-4).
Marco Antônio Ribeiro da Cruz